sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Descaminhos

A trilha avança
Por estradas vazias
Pega atalhos
Incertos
Desvios obscuros
Curva sinuosas
Transpõe
Campos hostis
Segue por trincheiras
Escuras
Atravessa
Longos túneis
Cruza terrenos
Inóspitos
Desertos
Pântanos
Até desembocar
Em mares revoltos
O homem
Fecha os olhos
E mergulha
Em seu interior
Onde encontra
Uma centelha
Que acende
A esperança
De ser resgatado.


Rosinha Morais







quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Tsunami



Não há calmaria
Esse amor
É mar revolto, maremoto
Tsunami de emoções
A tua paz
Em mim, é guerra
Bandeira branca
Não há
É arco íris, matizes de mil tons
Colorido neon
Ofuscante delírio
Capricho do destino
Total desatino.


Rosinha Morais



Ivan-Aivazovsky-Rough-sea-at-night.JPG 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Infinito


Grito no meu silêncio
Te expulsando do pensamento
Só para te reencontrar mais intenso
Tudo à minha volta
Traz uma lembrança remota
Do meu tudo que és
Experimento as mais diversas máscaras
Nenhuma tem a capacidade
De me esconder de mim mesma
Seja fantasia ou realidade
Você está em cada partícula
Que a física classifica
Me envolvendo
E dissolvendo meu mundo
Transmuto em várias personalidades
Em cada uma delas te encontro
No sopro do vento
Teu hálito é meu encanto
Temo fechar os olhos
Temo abri-los
Me encontro tatuada
Mente e alma
Por essa loucura
Vejo a razão a alguns passos
E por mais que eu tente alcança-la
Ela continua a alguns passos
Sempre a alguns passos
Os mesmos
Que existem entre você e eu
Esse infinito de espaço
Que impele e impede o abraço.


Rosinha Morais